9 de agosto de 2011

Sobre Mandalas

            A palavra “MANDALA” tem origem sânscrita, uma das línguas faladas na Índia e significa círculo de uma forma geral. Tanto no meio religioso, quanto no meio psicológico a mandala significa “imagens circulares” que podem ser desenhadas, pintadas, formadas plasticamente ou até mesmo dançadas.
            Mandala refere-se a uma figura geométrica em que o círculo está circunscrito em um quadro ou o quadrado em um círculo. Essa figura possui ainda subdivisões, mais ou menos regulares, dividida por quatro ou múltiplos de quatro. Parece irradiada do centro ou se move para dentro dele, dependendo da perspectiva do indivíduo.
            
            Frequentemente as mandalas são construídas em forma de cruz, de estrela, de quadrado ou também na forma de um octógono. Na alquimia, um dos principais temas de interesse de Jung em sua obra, a mandala apresenta-se no motivo da “quadratura circuli”, ou seja, representando a união do sagrado com o humano. É a união dos 4 elementos opostos água, ar, fogo e terra.
            Jung recorre à imagem da mandala para designar uma representação simbólica da Psique, cuja essência nos é desconhecida. Observou que essas imagens são utilizadas para consolidar o mundo interior e para favorecer a meditação profunda.

            Além disso, a mandala é utilizada desde os tempos primitivos, pelos chamãs indígenas da América e aborígenes da Austrália, que ainda nos tempos atuais as gravam e desenham em areia colorida.
            Na tradição budista, tibetana, hinduísta e outras tantas culturas orientais a mandala aparece como instrumento utilizado na meditação e na concentração. 
           Já do outro lado do mundo, as mandalas foram conhecidas no mundo cristão há pouco tempo graças ao interesse pelas tradições religiosa-espirituais e esotéricas sobre o mundo oriental. 

            Jung verificou nos sonhos que as mandalas possuem dupla eficácia: conservar a ordem psíquica, se ela já existe, ou restabelecê-la, quando ela desaparece. Essas imagens podem inclusive aparecer de forma espontânea nos sonhos em situações de crise em sujeitos comuns e em pacientes esquizofrênicos e por isso a organização rígida de uma mandala vem no intuito de tentar organizar um estado interno demasiadamente confuso. Chamamos isso de uma tentativa de auto-cura da natureza.  Dessa maneira, a mandala é um representante do todo instintivo que acompanha o ser humano desde o seu nascimento e pode ser considerada como o arquétipo do Self para alguns teóricos. É algo único, como se fosse algo que já existe a priori.
            No Brasil, uma das pioneiras no estudo de mandalas foi Nise da Silveira. Em seu livro “Imagens do Inconsciente” ela relata uma experiência em um hospital psiquiátrico com pacientes esquizofrênicos. Vale a pena conferir!

Um beijo!


Um comentário:

  1. Oie...

    Muito bom o texto, foi bem esclarecedor, pois não tinha noções nenhuma sobre as mandalas.

    Agora até entendo o pq de no curso termos elaborados algumas.

    bjs

    rafael paladine vieira

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